quarta-feira, 24 de março de 2021

O PODER DA RAIVA


 
Bem, cá estou eu em março de 2021 e sem querer deletei um artigo que escrevi anos atrás, onde achei o mesmo bem escrito!
Vou deixar um pequeno relato pra não esquecer que ele falava que eu tive raiva de algo que planejei durante 2 meses e associei a uma notícia que vi de um ladrão que tentou invadir um salão de cabeleireira e acabou rendido pela tal moça que usou dele como objeto sexual durante 2 dias. Exótico, mas isso aplacou minha raiva na época talvez por inconscientemente saber que tinham coisas maiores no mundo e mais absurdas.

Ps: 24 de março! niver de Marcos

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pescado nas redes sociais

Marcus Vinicius

Lembro bem quando conheci o Orkut: um belo dia, uma amiga vira pra mim e diz "olha só esse link". Minha primeira dúvida foi: pra que serve isso? Mais ou menos como no dia em que me apresentaram o Twitter.
Mas não demorou muito pra que eu fosse engolfado por aquele tsunami de amigos de infância, ex-namoradas, primos que mudaram do país, todas as turmas de todos os colégios que eu já frequentei. Era o paraíso de qualquer stalker, os álbuns ainda não tinham opção de privacidade e todo mundo lia os recados de todo mundo, ou seja, em coisa de 12 horas você sabia até os horários em que a pessoa ia ao banheiro.

Pude ver ainda como as meninas da minha turma viraram mães de família iguais às que as iam buscar na porta do colégio e como só quem não ficou igual a mãe foi a filha da professora de Educação Física, que era gostosíssima. Um monte de namoros começaram ali. Alguns pares de cornos também podem ser creditados ao Orkut.

Mas confesso que até hoje não ficou bem clara a sua função, já que todo mundo que você "perdeu contato" talvez não fosse tão útil ou importante assim no sentido da sua vida, do contrário você não teria perdido contato. Como não creio que participar de comunidades como "Olho o cocô antes de dar descarga" ou "Vou, vomito e volto" possa ser considerado como utilidade, concluo que o Orkut era (é) inútil mesmo.

O Facebook e o Twitter vieram para confirmar isso, ainda que com um pouco mais de glamour, já que também não entendo muito onde o destino da humanidade será afetado porque a mãe da @JujuBieber desistiu de fazer brigadeiro ou porque o @MarcioAdv finalmente terminou de digitar sua petição.


Correndo por fora tem o Badoo (que manda 20 mensagens de Spam por dia, ficando bem claro porque seu nome rima com "vai tomar no..."), o My Space(que anda meio esquecido) o LinkedIn, que é uma espécie de entrevista de emprego misturada com site de encontros (ou vice-versa) e outras menos concorridas e com nomes esquisitos.

Seja qual for a sua rede social, a verdade é que isso vicia mais do que álcool e cocaína juntos. Em "Admirável Mundo Novo", Aldous Huxley criou uma droga chamada "soma", que mantinha todo mundo meio em transe, meio doidão. As redes sociais parecem ser o nosso "soma".

Basta olhar em volta e entender isso. Muita gente não as usa mais para documentar a vida e sim usa a vida para criar assunto para documentar nelas.

Todo mundo precisa ser meio chique, meio engraçadinho, meio despojado. O tempo todo.

Seja no supermercado, indo comprar margarina mas tirando foto na sessão de vinhos importados pra colocar no álbum do Facebook, ou diante de uma colisão entre uma betoneira e um caminhão pipa, tentando inventar correndo uma piada sobre o acidente para postar no Twitter - "Acidente na Rio-Santos, betoneira e caminhão pipa: concreto de graça pra todo mundo! - chega uma hora que o sujeito necessita uma desintoxicação.

Não digo algo radical demais, como viajar para uma ilha deserta e ficar ali isolado igual o Tom Hanks no "Náufrago", mas talvez tentar encontrar com os amigos sem falar em computador ou incluir na conversa qualquer uma das seguintes palavras: "You Tube", "baixar", "internet", "comunidade", "link", "tuitada", "msn" e "email".

O problema é não te sobrar muito assunto ou muitos amigos depois disso, ou então você terminar a experiência sofrendo de delirium tremens, correndo pelado por aí e parando num desses sites de vídeos caseiros, estilo "Caiu na Net"

domingo, 24 de abril de 2011

É, EU NÃO PRESTO!

Jô Soares

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Educação para a inovação, inovação para a educação

Como este semestre de faculdade está todo voltado para a abertura das pequenas e médias empresas, principalmente o setor de RH....É isso mesmo que ouviram, pedagogia também é administração ou vocês acham que todo professor só dá aulas?
Enfim, achei um texto ótimo de Amanda Costa e gostaria de compartilhar com vocês!

"Ultimamente, muito se comenta sobre os números decrescentes nas vendas dos grandes jornais impressos, a perda do monopólio da informação pelas grandes corporações, a democratização do acesso à cultura, aos meios de produção da cultura digital, à possibilidade de opinar, retrucar, enfim… tudo isso é muito bom, mas pouco se comenta sobre aquilo que está na raiz dos avanços que nos têm permitido todas essas coisas: a inovação.

Um dos autores que têm se debruçado sobre esse tema é o economista norte-americano Robert Rosenfeld, e, como eu trabalho para um economista, fica difícil não ter contato com o que se desenvolve nessa área. Aliás, como defensora ardorosa da interdisciplinaridade, não poderia me furtar de estabelecer as relações (muito necessárias) entre as diversas áreas de conhecimento e a minha área de formação, a educação. Nesse sentido, um dos temas que muito me interessam é o da educação para a inovação.

Segundo Rosenfeld, a inovação é a força vital de uma empresa; se ela não criar o novo, morre. Isso é um princípio antigo, mas hoje ele se torna muito mais visível, quase tangível. Não apenas pelo fracasso das empresas que não conseguem se adequar ao espírito da inovação na era digital (as gravadoras de CDs são um exemplo), mas também pelo fato de sermos bombardeados a todo momento por produtos e práticas inovadoras, muitas delas provenientes das cabecinhas do usuário comum. O mundo é, hoje, um desaguadouro de inovações tecnológicas, mas e o que a educação tem a ver com isso?

Ora, um dos aspectos mais importantes de todo processo criativo é que ele é realizado por pessoas. São as pessoas que criam a inovação. São elas que geram as idéias e entendem como colocá-las em prática, e a educação pode e deve fomentar o desenvolvimento do potencial inovador dos indivíduos, cada um dentro de seu estilo cognitivo. Na visão de Rosenfeld há duas categorias cognitivas: empreiteiros e pioneiros. Os empreiteiros são aqueles que, dentro de uma organização, garantem que tudo funcione todo dia. Seu trabalho pode até parecer pouco criativo, repetitivo, burocrático, mas as pessoas que têm esse perfil cognitivo são as que garantem o funcionamento da máquina, pois se quisessem fazer tudo diferente a cada dia, nada funcionaria em nenhuma instituição. Já os pioneiros são aqueles que geram pensamentos diferentes, vêem as coisas de forma diferente da maior parte das pessoas, percorrendo caminhos incomuns enquanto pensam sobre um determinado problema.

Pioneiros e empreiteiros são perfis cognitivos diferentes, e ser portador de um ou de outro não é uma decisão consciente. O mais interessante, entretanto, é que ambos fazem parte do ciclo de inovação, pois os pioneiros gostam de gerar novas idéias, mas dificilmente têm a disciplina, o engajamento e o empreendedorismo necessários para concretizá-las e disseminá-las. Para que isso aconteça, e o processo inovador se sustente dentro de um grupo, é necessário orquestrar a interação entre os pioneiros e os empreiteiros. Assim, embora os primeiros possam ser a fonte das novas idéias, ambos fazem parte do ciclo da inovação. Inovação que pode ser incremental ou de ruptura (também chamada breakthrough), na primeira há o aperfeiçoamento de um produto ou prática já existente, na segunda há o rompimento com um paradigma vigente, resultando em um novo produto ou prática. São dois extremos da inovação e há toda uma gama de possibilidades inovadoras entre eles.

Hoje, vemos que a educação está envolvida nesse processo de duas formas diferentes, ou em dois estágios diferentes: 1) ela é chamada a fomentar o processo de inovação através de uma formação que desenvolva o potencial inovador de cada pessoa, e 2) também é chamada a se reinventar e tornar-se uma prática inovadora em si mesma, e uma das soluções mais interessantes desenvolvidas para atender a essas novas demandas para a educação é o chamado Mestrado Profissional.

Essa modalidade de pós-graduação (instituída em 1998 pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) vem crescendo nos últimos anos em nosso país, e sua principal diferença em relação ao mestrado acadêmico é a ênfase em estudos e técnicas ligadas diretamente à qualificação profissional que proporcione um alto desempenho.

O tradicional mestrado acadêmico (que pode e deve continuar existindo) tem um formato que possibilita a formação do pesquisador e do professor de alto nível, ou seja, um tipo de inteligência majoritariamente acadêmica. O objetivo do mestrado profissional não é esse. Embora seja possível exercer a docência com um título de mestrado acadêmico, o seu foco é a formação de um outro profissional, atendendo à demanda de formação em nível de pós-graduação de uma clientela que já está atuando profissionalmente e não encontra a formação adequada no mestrado acadêmico e tampouco nas especializações.

Um dos pontos fortes do mestrado profissional é o horário diferenciado, deixando explícita a preocupação com a vida profissional do estudante. Enquanto o mestrado acadêmico obriga o aluno a ficar o dia inteiro na universidade, o mestrado profissional entende que aquele aluno deve continuar trabalhando enquanto se aperfeiçoa, uma vez que a dinâmica de formação desse tipo de mestrado está diretamente articulada ao fazer diário das organizações nas quais os estudantes atuam. Essa flexibilização do horário, longe de ser razão para demérito, é uma grande vantagem para a formação profissional, até porque quantidade de carga horária e qualidade de formação não necessariamente andam de mãos dadas. Além disso, a clientela que demanda o mestrado profissional tem, em geral, entre 35 e 45 anos, é uma clientela mais madura, profissionalmente mais experiente e mais disciplinada nas questões ligadas ao gerenciamento de suas agendas, ao contrário do estudante do mestrado acadêmico que é, majoritariamente, um jovem entre 25 e 30 anos, formado há pouco tempo.

O fato de que os mestrados profissionais precisam ser credenciados e avaliados pela CAPES é um ponto que conta muito a favor na hora de optar por ele ao invés de uma especialização. O aval da CAPES é uma garantia de qualidade que as especializações não oferecem. Além disso, o mestrado profissional é pós-graduação stricto sensu, ou seja, tem o mesmo efeito legal do mestrado acadêmico, conferindo grau de mestre e as mesmas prerrogativas. A propósito, recentemente a CAPES lançou a Portaria Normativa Nº 7 na qual apresenta normas específicas para o credenciamento e a avaliação de mestrados profissionais, na expectativa de que instituições que ofertam especializações de alto nível criem propostas para transformá-las em mestrados. Entre as novas diretrizes publicadas, merecem destaque a inclusão de outras formas de trabalhos de conclusão (e não apenas a tradicional dissertação) e a obrigatoriedade de que parte do corpo docente seja formada por professores com experiência profissional reconhecida e formação específica na área em que lecionam.

Essa interação mais efetiva entre a academia e o mundo do trabalho é uma ponte muito necessária no mundo de hoje, pois a academia forma o intelectual, forma o pesquisador, forma o professor, mas também forma o profissional inovador que vai atuar nas empresas. Atualmente há, por exemplo, uma demanda crescente por pedagogos para atuarem nos setores de Recursos Humanos em empresas. Durante muito tempo esses postos foram ocupados por psicólogos com seus testes de personalidade para seleção de funcionários. Hoje, a realidade é outra e as empresas precisam não apenas selecionar bons funcionários, mas propiciar um ambiente profissional que seja também formativo, que fomente a inovação, e quem entende de formação não é preferencialmente o psicólogo, mas o pedagogo, o profissional formado na ciência da educação. Por que não pode haver um mestrado profissional em Pedagogia Empresarial para os pedagogos que atuam cada vez mais nas empresas?

Que venham os mestrados profissionais! É hora de formar para inovar, e de inovar nas modalidades de formação!"